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José Celestino da Silva Maneiras (1935–2025)

Em nome da Associação dos Arquitectos de Macau (AAM), partilhamos com profunda tristeza o falecimento do nosso estimado membro fundador, o Arquitecto José Maneiras, cuja visão e integridade ajudaram a moldar a nossa cidade e a nossa profissão.

Nascido em Macau em 1935, José licenciou-se em Arquitectura em 1962 pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto e regressou nesse mesmo ano para servir a sua terra. Juntamente com colegas como Manuel Vicente, Natália Gomes, Ramires Fernandes e Jorge Silva, contribuiu para o planeamento urbano do governo numa era decisiva de crescimento. Em prática privada a partir de 1967, liderou um atelier “artesanal” definido pelo rigor e pelo cuidado, com obras de referência como o Complexo de São Francisco na Rua da Praia Grande (1964), habitação na Estrada do Visconde de São Januário (1965), o Belle Court na Penha (1968) e o programa residencial para pessoas com deficiência visual, encomendado pela Santa Casa da Misericórdia (1970).

Como fundador da AAM em 1987, José ajudou a consolidar uma comunidade assente na ética, na excelência e no serviço ao espaço público. O seu serviço público como membro do Conselho Municipal (1972–1989) e Presidente do Leal Senado (1989–1993) construiu pontes entre as culturas chinesa e portuguesa. Foi consultor do Plano da Baía da Praia Grande (Nam Van) e presidiu à Mesa da Assembleia Geral do Laboratório de Engenharia Civil de Macau. Em 2006, foi nomeado Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos, reconhecido pelos seus pares pela defesa da dignidade da nossa profissão.

Acima de tudo, José foi um mentor incansável — generoso com o seu tempo, incisivo nos conselhos e inabalável na crença no potencial dos jovens arquitectos. O seu incentivo abriu caminhos, o seu exemplo definiu padrões e a sua bondade cultivou uma cultura de respeito e curiosidade que perdura na AAM e para além dela.

Choramos um fundador, um colega e um amigo; honramos uma vida devotada ao ofício e à consciência da arquitectura; e celebramos um legado que continuará a inspirar profissionais, ateliers e salas de aula por todo o território de Macau nos anos vindouros.

À família e aos seus entes queridos, estendemos as nossas mais sentidas condolências e a nossa sincera gratidão por o terem partilhado com a nossa comunidade. A sua marca na nossa cidade e na nossa profissão é indelével.

Obrigado, Arquitecto José Maneiras, pela coragem, generosidade e visão. Levaremos a sua memória connosco no nosso trabalho — com humildade, propósito e esperança.